NOTA DO COLETIVO AMPLIAÇÕES PARA O 8 DE MARÇO – DIA INTERNACIONAL DA LUTA DAS
MULHERES
“Por
um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente
livres.”
Rosa
Luxemburgo
No
dia internacional de luta das mulheres, o Coletivo Ampliações vem ratificar o
posicionamento contra toda e qualquer forma de opressão da sociedade
capitalista que, além de outras expressões, imprime grande dominação, ainda
hoje, na vida das mulheres trabalhadoras. Há que se romper com uma sociedade
que se constrói por meio de uma perspectiva machista, misógina e
heteronormativa que submete diariamente mulheres a violências de todos os
tipos.
Na atual conjuntura, num contexto de ameaça
aos direitos da classe trabalhadora conquistados historicamente, a condição da
mulher ganha expressões ainda maiores de exploração/dominação.
Vejamos algumas
dessas expressões:
1)A violência doméstica ainda é naturalizada: apesar de alguns avanços em
termos de legislação e visibilidade da questão, a naturalização da violência
doméstica permanece na sociedade, reproduzindo uma lógica de que o corpo, o
comportamento e a vida das mulheres são considerados uma mercadoria, ou seja,
um objeto, ‘coisificando’ as relações e a humanidade;
2) Desmonte
dos direitos da classe trabalhadora: o ajuste fiscal que traz no seu bojo a
desregulamentação de direitos trabalhistas, a reforma previdenciária com
alteração das regras para acesso ao seguro desemprego, dentre outras medidas,
atinge de forma mais contundente as mulheres, sobretudo nas demandas por
políticas e serviços públicos. É a mulher que, por vezes, se vê sozinha, na
condição de reprodução da vida social junto a seus filhos;
3) Direitos
Reprodutivos e Violência Obstétrica: na reação conservadora vivenciada na
sociedade brasileira, sobretudo nos conteúdos não laicos presentes no
legislativo brasileiro, a questão da legalização do aborto não avança e
mulheres trabalhadoras continuam morrendo por falta de atendimento de saúde ou,
ainda, não podem ter autonomia para as escolhas da sua vida/do seu corpo. Permanecem
julgadas moralmente e vistas, mais uma vez como coisas. Além disso, expressão
que ganha visibilidade na atualidade é a denúncia da violência obstétrica,
legitimada durante anos no contexto da sociedade capitalista brasileira. O
parto e o nascimento do filho são considerados mercadorias e o alto número de
cesarianas, procedimentos invasivos, submetem as mulheres a julgamentos morais e
a uma condição de não donas do seu corpo;
4) Cultura do
Estupro: ainda hoje vimos na mídia e no nível do senso comum a reprodução
da ideia de que a mulher é culpada por situações de violência sexual e/ou
estupro. A ideia reproduzida é a de que é a roupa que ela usa, é o
comportamento que ela tem que provoca/desperta no homem o desejo sexual e,
portanto, o autoriza para a violência sexual.
Por
essas e por tantas outras expressões que se faz necessária unidade da classe
trabalhadora para dizer NÃO a toda e qualquer opressão e para garantir uma
ampliação das conquistas e que os pequenos avanços já conquistados se efetivem
no cotidiano da vida de todas as mulheres.
Dia
8 de março é dia de luta, é dia de denúncia, é dia de resistência. O Coletivo
Ampliações manifesta, então, seu repúdio a toda forma de opressão, ratifica que
a mulher é dona do seu corpo e das suas escolhas e, também, grita que
“Fascistas e machistas jamais passarão”.
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